Porque se hoje são necessários 35
anos de contribuição, com a reforma serão necessários em torno de 50 anos de
contribuição, para se ter uma aposentadoria equivalente ao salário da ativa. Com
esta “reforma”, para se chegar aos 65 anos de idade com o valor integral da
aposentadoria o segurado deverá começar a contribuir já aos 16 anos de idade –
na atual realidade brasileira ele não terá direito sequer de concluir o 2º grau
do ensino básico. Se hoje a pensão por morte do segurado dá direito a viúva e
seus filhos de receberem o valor integral do benefício (RGPS) e com reajustes
periódicos vinculados aos reajustes do
salário mínimo, com a reforma a pensão equivalerá a 50% + 10% por dependente,
sem nenhuma vinculação ao salário mínimo. Significando que poderá ter pensão
abaixo do mínimo.
A reforma acaba com as regras de
transição que amenizavam os sacrifícios daqueles que já contribuem com a
Previdência há muito tempo. Acaba com o tratamento especial dado a professores
e policiais além de impossibilitar a recepção conjunta da pensão por morte com
a aposentadoria. Ela também desconsidera a diferenciação real de critérios e
requisitos entre homens e mulheres na hora da concessão dos proventos de
aposentadoria, igualando-os de forma injusta. Quem em sã consciência acredita
que a mulher no mercado de trabalho concorre em pé de igualdade com os homens,
ou que sua remuneração para cargos equivalentes não é menor? Quem desconhece
que a mulher, quando retorna para casa, tem que enfrentar um turno adicional de
trabalho doméstico? Só os governantes, os deputados e senadores de nosso país.A crueldade é tamanha que nem a aposentadoria por invalidez permanente fora poupada pela reforma de Temer. Justo ele que se aposentou aos 55 anos ou mesmo o seu ministro Eliseu Padilha, principal articulador desta reforma, que se aposentou com 53 anos de idade. A reforma não ataca os privilégios da classe política, dos altos salários e benefícios previdenciários do legislativo, do judiciário, do Ministério Público, dos militares, dos sonegadores das contribuições sócias, nem da farra das renúncias e benefícios fiscais deferidos sem contrapartidas em favor da sociedade brasileira, mas fere de morte a previdência, a assistência social e a saúde daqueles que mais precisam das prestações e benefícios da Seguridade Social.
Esta “REFORMA” é apenas o modo mais eficiente de, sacrificando o já sofrido povo brasileiro, sustentar os privilégios daqueles que nunca se sacrificaram pelo país.
AUTOR: Edmilson Blohem
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